Na última quarta-feira (14), no encontro dos governadores de Estado com os presidentes da Câmara Federal e do Senado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente, o governador Eduardo Campos (PSB) conseguiu, mais uma vez, se destacar perante seus colegas com a proposta de construir soluções consensuais para questões polêmicas, como, por exemplo, a partilha dos royalties. O socialista, ao defender equações que evitem deixar completos insatisfeitos, assumiu uma espécie de mediação entre esses gestores, ganhando, assim, a oportunidade de falar em nome do grupo.
E foi justamente isso que ocorreu. Logo que acabou o evento, a grande mídia nacional buscou em Eduardo a representação dos governadores. Como ele não é bobo, soube se colocar como um porta-voz não oficial. Não falando como um eleito pelo grupo, mas como alguém que defende o melhor resultado coletivo. O tal equilíbrio. Diferente das declarações dos governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que apareceram apenas como cães de guarda de seus territórios.
O discurso apresentado por Campos, claro, agradou aos governadores. A maioria dos chefes de Executivos estão insatisfeitos com a concentração de renda na União e questionam a permanência do atual modelo de distribuição de recursos. A pauta da reestruturação do Fundo de Participação dos Estados (FPE) agrada e soa como a primeira revisão do pacto federativo. Proposta que nasceu com o senador Aécio Neves (PSDB), mas que encontrou no governador de Pernambuco quem a “criasse” de verdade.
Eduardo vai aproveitando os diferentes fóruns que participa para expor as saídas que enxerga para o País. Tirando a presidente Dilma Rousseff, já lançada pelo PT, é o pré-candidato que emplaca mais ações dignas de pré-candidato. E com a vantagem de dizer que não o é. Por enquanto, claro. Ele vai cumprindo uma agenda cirúrgica, que, ao seu final, deverá determinar com que condições o socialista chega em 2014.
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