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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Ibovespa sobe 2% puxada por notícias da China

                                                    Notícia do dia 03 de abril de 2013

SÃO PAULO - O Ibovespa subiu pela terceira sessão seguida puxada pelo desempenho positivo tanto de papéis de commodities como de ações ligadas à dinâmica doméstica. O índice fechou com alta de 1,99%, aos 55.780 pontos. Dentre as 68 ações do índice, 51 subiram hoje, três ficaram estáveis e 14 recuaram. O volume registrado ficou próximo à média diária neste ano, de R$ 7,306 bilhões.
As empresas de mineração e siderúrgicas subiram desde o início do pregão influenciadas positivamente por notícias vindas da China. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços subiu de 55,2 para 56,7 pontos entre maio e junho. Também teve influência positiva a informação publicada na imprensa chinesa sobre planos do governo de estimular o consumo por meio da flexibilização dos depósitos compulsórios.
O chefe de análise da SLW Corretora, Pedro Galdi, lembra que a divulgação de indicadores positivos da China, maior compradora de commodities do mundo, puxa papéis de metais e petróleo nas bolsas em todo o mundo.
O papel mais negociado nesta terça-feira na Bovespa, a Vale PNA, subiu 1,86%, para R$ 39,86, e Vale ON ganhou 1,88%, para R$ 41,00. A mineradora foi destaque ainda ao anunciar a captação de 750 milhões de euros em bônus com vencimento em 2023. Segundo operadores, a demanda chegou a representar o dobro da oferta proposta pela empresa.
As siderúrgicas se valorizaram puxadas pelo mesmo motivo - expectativa de que a economia chinesa mantenha os preços das commodities sustentados por uma demanda doméstica aquecida. Usiminas PNA foi a segunda maior alta do dia no Ibovespa, ao subir 8,32%, para R$ 6,77, enquanto CSN ON teve ganho de 4,50%, para R$ 12,07.
Entre os papéis de commodities e logística, as ações ligadas ao empresário Eike Batista tiveram uma sessão volátil. Depois de uma primeira metade de ganhos, os papéis mais negociados do grupo 'X' perderam fôlego. A OGX ON chegou a subir para a máxima de R$ 6,86, mas fechou em queda de 3,17%, a R$ 6,10. Já MMX ON teve alta de 5,95%, a R$ 6,41, enquanto LLX ganhou 3,03%, para R$ 2,38.
Mais firmes durante toda a sessão, o papéis de consumo figuraram com valorizações durante o dia. A maior alta do dia dentro do Ibovespa foi B2W ON, com ganho de 10,36% para R$ 6,60. O analista da Fator Corretora, Renato Prado, disse que a oportunidade para o papel é evidente, afinal a perda acumulada em 12 meses - mesmo após a valorização de hoje - atinge 68,4%. 'É muito desconto'.
Mas o analista pondera que as ações da B2W vivem o desafio de provar que podem atrair investidores ante um ambiente de concorrência mais acirrada. 'O Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação ou amortização] caiu da casa de 15% para 7% ou 8%. O resultado da companhia melhorou um pouco, a geração de caixa é interessante, mas a empresa tem que se provar. Quando isso ocorrer, vai haver interesse maior porque o desconto é grande', disse Prado.
Outro papel ligado à demanda doméstica que subiu foi o da operadora de telefonia Oi. As ações ON subiram 7,95% para R$ 10,58, maior cotação desde 14 de abril. O Bradesco BBI soltou relatório elevando a recomendação para o papel por causa do cenário positivo de receita a partir do segundo semestre, em texto assinado por Luis Azevedo.
O preço alvo proposto para o papel PN, entretanto, caiu de R$ 11,80 para R$ 10,80 para acomodar o desconto que o modelo do banco sugere entre as ações ON e PN. As ações PN da Oi fecharam o dia com alta de 6% para R$ 9,01.
Para o analista da Souza Barros, Clodoir Vieira, o setor de empresas ligadas à demanda doméstica está no topo da lista de sugestões da corretora neste momento. Segundo ele, são companhias que devem reagir mais rapidamente aos estímulos que o governo brasileiro vem lançando para impedir que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) siga patinando a força.
No lado oposto, Eletropaulo recuou 9,99%, para R$ 22,96, após a confirmação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de que a revisão tarifária para o ciclo de quatro anos da companhia terá efeito médio negativo de 9,33%. Junto com Eletropaulo recuaram CPFL Energia ON (-3,31% para R$ 24,80), Transmissora Paulista (- 4,41% para R$ 59,26) e Light ON (- 0,76% para R$ 24,81).
Segundo Pedro Galdi, da SLW, o mercado está preocupado em relação ao futuro da política de dividendos da Eletropaulo após o corte imposto pela Aneel. Além disso, operadores comentam que o segmento, tido como defensivo e porto seguro em momentos de estresse, acaba passando por correção com a notícia. CPFL Energia também passará por revisão entre o fim deste ano e o começo de 2013.
Fora o Ibovespa, as ações PN do Banco Cruzeiro do Sul lideraram a lista de valorizações na Bovespa nesta terça-feira, com ganho de 57,34% a R$ 2,25. Na máxima, o papel chegou a bater R$ 2,33. O giro atingiu R$ 1,652 milhão para 495 negócios.
As ações do Banco Cruzeiro do Sul eram negociados na faixa de R$ 13,00 quando o Banco Central decretou no dia 4 de junho o Regime de Administração Especial Temporária (Raet), pelo prazo de 180 dias por 'descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e da verificação de insubsistência em itens do ativo'.
Volta dos estrangeiros
O volume na Bovespa ontem e hoje destacou-se pela presença do estrangeiro. Operadores apontaram que há uma volta dos aplicadores de fora, sinalizando uma retomada do fluxo que foi negativo em junho.
Segundo dados da Bovespa, o investidor estrangeiro tirou R$ 44,043 milhões no pregão da Bovespa de sexta-feira (dia 29), quando o Ibovespa encerrou em forte alta de 3,2%, aos 54.354 pontos. Com isso, o balanço do investimento externo na bolsa brasileira acumulado em junho ficou negativo em R$ 740,5 milhões.
Apesar das retiradas em junho, em 2012 o fluxo de capital externo na Bovespa ainda está positivo em R$ 2,174 bilhões, com R$ 366,57 bilhões em compras e R$ 364,39 bilhões em vendas.
O saldo no primeiro semestre foi garantido pelo excelente desempenho obtido pela bolsa em janeiro, quando as entradas líquidas de estrangeiros somaram R$ 7,168 bilhões. Depois, a bolsa brasileira registrou saldo positivo apenas em abril (R$ 473,9 milhões).

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